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Morre no Rio Anderson Leonardo do Molejo aos 51 anos, Informa Portal ND1
Plantão Music
Publicado em 26/04/2024

O cantor Anderson Leonardo, líder de um dos grupos de pagode mais reconhecidos do Brasil, o grupo Molejo, morreu nesta sexta-feira, aos 51 anos, no Hospital da Unimed, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Ele vinha lutando há quase dois anos contra um câncer na região da virilha. A notícia do óbito foi divulgada através do Instagram do grupo e confirmada pela assessoria de imprensa do artista em checagem do ND1.

Nota de Falecimento de Anderson Leonardo 

"Nosso guerreiro Anderson Leonardo lutou bravamente, mas infelizmente foi vencido pelo câncer. Mas será sempre lembrado por toda família, amigos e sua imensa legião de fãs, por sua genialidade, força e pelo amor aos palcos e ao Molejo. Sua presença e alegria era uma luz que iluminava a vida de todos ao seu redor, e sua falta será profundamente sentida e jamais esquecida, nós te amamos", diz o comunicado publicado nas redes sociais do Molejo. 

Luta contra doença

O lider da banda de pagode foi diagnosticado com a doença na área inguinal em outubro de 2022. Meses após anunciar que estava curado, o cantor precisou retomar o tratamento em 2023. No dia 27 de fevereiro de 2024, voltou a ser internado novamente em um hospital do Rio, onde passou por imunoterapia e recebeu medicação para dores. Ele teve alta no dia 19 de março, conforme noticiou ND1 na ocasião.

Contudo, quatro dias depois, retornou à unidade de saúde em estado grave. No dia 8 deste mês, o cantor foi transferido para a Unidade de Terapia Intensiva em decorrência de quadro de insuficiência renal. Três dias depois, Anderson foi para o quarto, mas após ter uma piora, retornou a UTI no último dia 22. Nas últimas horas, o estado de saúde dele se agravou e o artista veio a óbito, nesta sexta.

Carreira de Anderson Leonardo

Anderson Leonardo nasceu em 1972 no Rio de Janeiro. Filho do veterano produtor musical Bira Haway, um dos mais importantes do samba e do pagode, o cantor e compositor se aproximou da música ainda criança. Em entrevista ao jornal "MEIA HORA", em 2021, contou que a família e o bairro onde morava foram decisivos para o seu envolvimento com a arte.

"Você não imagina a Abolição nos anos 1970, era bem agitada. Foi aí que eu conheci o Cacique de Ramos, me apaixonei e isso nunca mais saiu da minha mente quando vi ali todos os meus ídolos", recordou o artista, na ocasião, citando o bairro da Zona Sul e o tradicional bloco carnavalesco, onde deu seus primeiros passos no samba, através do músico Bira Presidente, líder do grupo Fundo de Quintal. 

Até hoje a quadra do Cacique, em Olaria, possui uma foto gigante de Anderson no panteão de grandes talentos surgidos no local.

Em 1986, ainda bem garoto, esteve em um momento antológico da TV brasileira: o especial de fim de ano de Roberto Carlos, na Globo. Naquele ano, foi um dos convidados de honra do programa, que contou, ainda, com Zeca Pagodinho, Jovelina Pérola Negra, Almir Guineto e os membros do Fundo de Quintal (Arlindo Cruz, Sombrinha, Bira, Ubirany e Cleber Augusto), todos começando a "estourar" nacionalmente com o pagode. Em imagens disponíveis no YouTube, Anderson aparece bem ao lado de Roberto Carlos o tempo todo.

Em mais de 30 anos de carreira, o artista ficou conhecido como vocalista, além de ser o responsável pelo cavaquinho, do grupo Molejo, que alcançou fama nos anos 1990 com sucessos como "Cilada", "Caçamba", "Brincadeira de Criança" e "Dança da Vassoura". Seu carisma e irreverência ajudaram a criar uma grande identificação junto ao público. Dividia a a liderança do grupo, considerado um dos mais importantes do samba e do pagode, com o músico Andrezinho, filho do lendário mestre André, ícone da Mocidade Independente e criador da "paradinha" da bateria nos desfiles de Carnaval.

O sucesso do grupo era tão grande que virou tema de escola de samba: "No Palco da Alegria, Molejo É Rei Nesta Folia". O enredo foi apresentado em 1999 pelo Império da Tijuca, agremiação do Morro da Formiga, no grupo de Acesso. Até a primeira década dos anos 2000, o Molejo era presença constante em programas populares da TV aberta, principalmente nas atrações comandadas por Xuxa, Faustão, Gugu Liberato, Raul Gil, Gilberto Barros e Jorge Perlingeiro, sempre lançando novos álbuns e hits.

No Rio, Anderson e os demais integrantes do Molejo se apresentaram em todos os grandes bares e casas de show, principalmente nas zonas Norte e Oeste, além da Baixada, Niterói e São Gonçalo. Além da música, o artista apareceu nas telas do cinema, quando fez uma participação no filme "Contravenção", em 2021. O longa retrata a o submundo do jogo do bicho e das máquinas caça-níqueis no Rio.

Polêmica

Em 2021, Anderson se envolveu em uma grande polêmica, quando foi acusado de estupro pelo dançarino e MC Maylon. Na época, o caso foi parar na delegacia, e o cantor negou o crime e alegou que a relação havia sido consensual. Pouco depois, a discussão seguiu nos tribunais, pois Maylon, que chegou a tatuar o rosto do líder do Molejo no corpo, processou Anderson por injúria e difamação.

Anderson Leonardo deixa quatro filhos.

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